Por Samy Santos
Em novembro de 2009, o mundo celebrou 20 anos da queda do muro de Berlim, também chamado por muitos de o muro da vergonha. Tal muro, que ficou conhecido como o maior símbolo da Guerra Fria, foi construído em 1961 e tinha mais de 60 km de extensão.
A comemoração dos 20 anos da queda do muro de Berlim foi noticiada em todo o mundo como um grande acontecimento. Trata-se, sem dúvida, de um marco, no entanto é necessário analisar que vários muros ainda precisam ser derrubados para transformar a terra num lugar melhor para se viver.
Literalmente, é interessante lembrar o muro construído no território da Cisjordânia, que em alguns pontos impede o povo palestino de ter acesso ao seu próprio território. Na época de construção, o muro de Berlim foi rechaçado pelos Estados Unidos. Paradoxalmente, o muro israelense teve todo o apoio dos americanos há alguns anos.
Metaforicamente, pode-se falar do muro que separa ricos e pobres. Esta imensa lacuna social está intimamente ligada à desigualdade que existe no planeta e, consequentemente, ao aumento da fome, da criminalidade e da falta de perspectiva de vida que assola muitas pessoas.
O que falar então do muro que separa brancos e negros!? Percebe-se que apesar de os avanços sociais, os negros continuam excluídos e marginalizados por uma sociedade preconceituosa e perversa. Analisado por qualquer viés, seja da educação, saúde, qualidade de vida e facilidade para a entrada no mercado de trabalho, os brancos, de maneira geral e quase absoluta, ainda continuam em vantagem se comparados aos negros.
Nesse contexto, é importante citar, também, o muro que separa e exclui pessoas por suas crenças, concepções, valores, ideologias e religiões. É o radicalismo e a estupidez mais uma vez a serviço da intolerância e da hipocrisia social.
Nota-se, então, que vários muros ainda precisam ser derrubados, pois derrubaram o mais famoso, e talvez não o mais importante. A sociedade precisa estar na busca incessante pela quebra de preconceitos e tabus que contribuem para a formação de um mundo perverso e excludente. Ademais, é preciso reconhecer que a existências dos muros listados nessa discussão continuam desafiando a ética e o bom senso
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